Uso excessivo de telas pode impactar a visão e o desenvolvimento infantil, alerta médico oftalmologista do HORGS
Data: 6 de março de 2025

Estudos indicam que uso prolongado de telas aumenta o risco de desenvolvimento e progressão da miopia
O uso de telas faz parte da rotina da maior parte da população, seja no trabalho, estudo ou lazer. O consumo excessivo e imersivo, no entanto, pode trazer impactos significativos para a saúde ocular e o desenvolvimento neuropsicológico, especialmente em crianças. De acordo com o médico oftalmologista do HORGS - Hospital de Olhos do Rio Grande do Sul, Dr. Lucas Werner Manfron, estudos indicam que não há um tempo mínimo seguro para a exposição às telas, e que o uso prolongado, principalmente de dispositivos como celulares e tablets, aumenta o risco de desenvolvimento e progressão da miopia.
Além disso, há indícios de que o excesso de telas pode impactar o desenvolvimento neuropsicológico e social das crianças. Nesse sentido, o médico indica que pesquisas mostram que passar mais tempo ao ar livre, exposto à luz solar (sempre com proteção adequada para os olhos), pode ser um fator protetor contra a progressão da miopia. “Quanto mais tempo a criança passa em atividades ao ar livre, melhor para o desenvolvimento da visão”, reforça o oftalmologista.
Os efeitos negativos do consumo excessivo de telas não se restringem apenas à visão. Manfron explica que estudos internacionais vêm demonstrando que a exposição intensa a esses dispositivos pode provocar alterações cerebrais comparáveis ao vício em drogas, devido à hiperestimulação do sistema dopaminérgico – responsável pela liberação de dopamina. “O rolar das telas e o uso de redes sociais modificam a bioquímica cerebral, gerando impactos no comportamento e até mesmo sintomas semelhantes aos de vícios, como apostas online, além de expor as pessoas a conteúdos inapropriados”, alerta.
Esses efeitos podem ser muito significativos em crianças, mas os adultos não escapam deles com facilidade. Além dos riscos neurológicos e comportamentais, o uso excessivo de telas pode causar sintomas “astenopeicos”, associados à fadiga visual, como cansaço extremo ao fim do dia, perda de foco, olhos secos, dificuldade visual e dores de cabeça frequentes.
O oftalmologista destaca que uma das principais recomendações para quem passa muitas horas em frente a telas é seguir a regra 20/20/20. “A cada 20 minutos, é importante fazer uma pausa de 20 segundos, olhando para um ponto distante, de cerca de 6 metros (ou 20 pés). Essa prática reduz a fadiga ocular e ajuda a preservar a saúde dos olhos”, explica Manfron.
Para evitar esses problemas, o especialista recomenda que as consultas oftalmológicas sejam feitas anualmente, mesmo para quem não apresenta sintomas. “O acompanhamento regular permite identificar precocemente qualquer alteração e oferecer as melhores orientações para cada caso”, conclui Manfron.
HORGS
Com um corpo clínico formado por médicos especialistas em todas as áreas da oftalmologia, além da estrutura tecnológica completa, o HORGS possui atendimento especializado e tecnologia de ponta para diagnóstico e tratamento de diversas condições oftalmológicas. A Instituição atende por meio de convênios e particular. O Hospital está instalado na Rua Teixeira Soares, 780, no Centro. O contato pode ser feito pelo telefone (54) 3632.4994 ou pelo WhatsApp (54) 9.9286.3212.